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Adeus, Francisco.

  • Foto do escritor: Eliza Maciel
    Eliza Maciel
  • 14 de mai.
  • 1 min de leitura

Primeiro achei melhor ficar quieta. Quem não se ressentiu ao acordar com a notícia da morte de Francisco, o Papa, na 2ª feira, 21 de abril? Em tempos tão do avesso, onde tateamos nossos próximos passos enquanto tememos os galopes alheios que nos atropelarão, não é fácil perder um sentinela do diálogo no lugar do julgamento; do afeto em meio ao ódio, à tirania ou à indiferença. Sim, eu chorei a morte do Papa Francisco.


Mas o dia foi deitando no meu colo suas últimas imagens: o sorriso largo do outrora adorável semblante fora substituído pela máscara infiltrada do sofrimento; os braços abertos, prontos para abraçar o mundo, reduzidos aos movimentos curtos e trêmulos de mãos em agonia. A vitalidade que sempre o acompanhou em sua peregrinação pelo mundo fora sequestrada por toda a vulnerabilidade da sua humanidade. Francisco parecia pedir licença para que Jorge pudesse, enfim, partir.


Sim, o mundo ainda precisava de Francisco, mas não era justo exigir, insistir que permanecesse ao preço de tanto sofrimento. Um acidente, um acidente vascular pôs fim ao seu martírio.


Agradeço tê-lo ouvido falar, agradeço ter vivido o seu tempo e, sobretudo, agradeço todas as pontes que pavimentou: pela tolerância, pelo direito de cada um ser quem é, pela reconfiguração da família, pelo respeito às diferenças e por alguma generosidade em nosso mundo. É nossa a tarefa de multiplicar esse legado.


Obrigada, Francisco. Missão mais que cumprida, Jorge Bergoglio. Muito obrigada.




 
 
 

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