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As mulheres

  • Foto do escritor: Eliza Maciel
    Eliza Maciel
  • 8 de mar. de 2023
  • 1 min de leitura

As mulheres, na linguagem falocêntrica, carregam a falta no corpo. É por isso mesmo que precisam inventar um dialeto de possibilidades que escape ao pensamento binário do ter ou não ter. É feminina a poesia; assim como é feminina a luta da estratégia e não da força.


Pouco importa o corpo que ocupe, as mulheres emprestam, a quem atravessa o medo de si mesmo, o deslumbramento de fazer-se singular. Faltosa, porque só na falta a vida se cria; incompleta porque só assim se ama e, sobretudo, criativa porque lhes falta a obviedade da resposta genérica, que não serve.


No entanto, exatamente por tudo isso, as mulheres são uma ameaça a todas as formas de dominação e, atualmente, quanto mais insistem em não se calarem, mais desafiam os poderes que só se sustentam pela bruta força.


Historicamente sabemos que todas as vezes que o argumento faliu só sobrou a selvageria e é por isso mesmo que é preciso prosseguir na semeadura de um mundo mais feminino.

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