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ESCUTA + SINGULARIDADE + RESPONSABILIDADE

  • Foto do escritor: Eliza Maciel
    Eliza Maciel
  • 18 de jan. de 2022
  • 1 min de leitura

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Quem escuta não quer vencer nenhuma disputa de “quem tem razão”, escuta o dito, ouve a questão e opera sobre isso, fora da dialética de quem sabe mais.


Quem escuta quer vir a saber sobre você que fala. Não te julga, não te antecipa em tua gagueira ao atravessar as montanhas que guardam, em alguma gruta, a tua verdade.


Navega com você pelos rios que te atravessam, tateando as margens onde possam se erguer pontes. Caminha no teu deserto de ti mesmo, sem se confundir com as tuas miragens.


Quem escuta não se adianta, não vai na frente, não guia. Segue junto, inquirindo sobre o traçado dado por você ao teu destino. Alerta algum perigo? Pode ser, mas sem te impedir o passo.


Quem escuta ouve os silêncios das tuas noites, e te lembra de um horizonte, como quem pergunta “quer ir?”


Nessa estrada de quem fala, quem escuta só tem uma certeza: a de que só você pode encontrar aquilo que hoje te importa e que amanhã provavelmente há de ser outra coisa.

A missão do ouvinte é registrar os passos, sinalizar quando, pensando andar em frente, você deu a volta retornando ao mesmo lugar.


Quem escuta te oferece pontos, ponto e vírgulas para te dar outras possibilidades de sentido, desejando que teu texto seja fiel ao teu desejo, ganhe o estilo que te é singular, aquele que só você pode e deve assinar.


Esta é tua conquista desbravada por teus passos e é também tua responsabilidade – o preço que só você pode pagar.



 
 
 

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