O tempo.
- Eliza Maciel

- 6 de abr. de 2023
- 1 min de leitura
O tempo. Quem é esse senhor que me atravessa, marcando meu rosto com as linhas da minha história? Quantos encontros ele me trouxe? Quantos desencontros? Quantas despedidas?
Se for na arte do encontro que me transformo, quantas digitais compõem a minha? Quantos me emprestaram voz e coro? Quantos se calaram comigo?
Olho as minhas mãos envelhecidas e, como Chico Buarque à Beatriz, me pergunto quantos desastres ela contém. E se ainda é perigoso a gente ser feliz.
Quando passei, já há alguns anos, da metade da vida, a dimensão do tempo se fez mais cúmplice. Levou a arrogância de querer estar sempre certa e me pergunta mais sobre o que desejo; sobre o que faz sentido pra mim. Mas, não se enganem, se aqui pareço todo contemplação, é um equívoco. Sou metade contemplação e a outra metade urgência.
A gente sempre precisa saber em nome de que morreria pra saber em nome de que vivemos; afinal "pra sempre é sempre por um triz”*
*Chico Buarque em Beatriz


























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